Thursday, January 01, 2009

Resolução # Odin


"Assertividade das emoções passa primeiro por um processo de sublimação das mesmas, seguido de uma conveniente negação e suposta mitigação d’alguma lembrança dolorosa."


Aquilo que parece estranho é arremessado escada abaixo ou suprimido em um estado letárgico de pseudo-aceitação ou inerente convivência. Pessoas, momentos, sonhos suprimidos com tal radicalismo que se suspeita de sua fonte – imaculada essência. E qual o propósito de tudo isso? Simples. É mais fácil para um peixe aceitar o oceano como seu lar, ao invés de perceber que, possivelmente, este também será o seu túmulo. É pouco forçoso ver o pôr-do-sol como fim do dia, e não aprecia-lo como o início da noite. É trágico perceber que as pessoas são tão descartáveis em vista de um grupo maior, sendo elas, ao mesmo tempo, protagonistas em seus monólogos mecanicistas e figurantes sem brilho em um palco grandioso, o mundo que conhecemos. Mundo este que há muito deixou de contar por unidades, passando a milhares em um par de segundos...

Friday, December 19, 2008

Deusa da Minha Rua

A deusa da minha rua
Tem os olhos onde a lua costuma se embriagar
Nos seus olhos, eu suponho
Que o sol, num dourado sonho, vai claridade buscar
Minha rua é sem graça
Mas quando por ela passa
Seu vulto que me seduz
A ruazinha modesta é uma paisagem de festa
É uma cascata de luz
Na rua uma poça d'água, espelho da minha mágoa
Transporta o céu para o chão
Tal qual o chão da minha vida
A minh'alma comovida
E o meu pobre coração
Espelho da minha mágoa
Meus olhos são poças d'água
Sonhando com seu olhar
Ela é tão rica e eu tão pobre
Eu sou plebeu, ela é nobre
Não vale à pena sonhar
(Newton Teixeira/ Jorge Faraj)

Friday, December 05, 2008

Dezembro, uma praia... O pôr-do-sol

Poderia escrever um livro inteiro sobre nós dois, mas me seria inútil, pois nunca permitiria que você o lê-se. Você arruinou a minha vida, destruiu os meus sonhos, e nisso lhe sou eternamente grato. Esqueci meus valores e adotei princípios outrem para justificar aquilo que me era tão estranho. Aprendi a esconder meus sentimentos, a sublimar o amor, a enclausurar-me hermeticamente em um mundo que só eu entenderia. Tornei-me um misantropo, um sociopata, um erro de cálculo da Mãe Natureza.

Dispersei resquícios de racionalidade por debaixo de todos os cômodos da casa. Empoeirados eles agonizam como que pedindo clemência... mas não adianta. Você me ensinou que não adianta.


...e esbraveja: “Ainda posso olhar para o céu e ver quão sádico é o senhor meu Pai. De todo o coração, eu lhe agradeço. Afinal, somos todos masoquistas em um mundo de fantoches. Você me amou, você me rejeitou, vou me deu a vida e a tirou de mim com um único golpe... você me subestimou, mas eu sei que irei perdurar e com ódio me farei digno de seu rebanho”.

Tuesday, December 02, 2008

Um lampejo existencial

"Nós não vivemos apenas na nossa própria época. Também transportamos a nossa história connosco. Não te esqueças de que tudo o que vês aqui foi outrora novo em folha.
Esta pequena boneca de madeira do século XVI talvez tenha sido feita para o quinto
aniversário de uma menina. Talvez pelo seu velho avô... Depois, chegou à adolescência, Sofia. Depois, tornou-se adulta e casou-se.
Talvez ela própria tenha tido uma filha que herdou esta boneca.
Depois, envelheceu, e um dia morreu.

Talvez tenha tido uma vida longa, mas deixou de existir. E nunca mais regressará. No fundo, ela fez aqui apenas uma curta visita. Masa boneca está na estante.

- Tudo se torna tão triste e sério quando falas assim.

- Mas a vida é triste e séria. Entramos num mundo lindíssimo, encontramo-nos aqui, apresentamo-nos uns aos outros - e caminhamos juntos mais um pouco. Depois, perdemo-nos e desaparecemos tão súbita e inexplicavelmente como viemos."


O Mundo de Sofia ( Jostein Gaarder )

Saturday, November 22, 2008

Buscando Respostas para o Óbvio


"Eu fui apresentado à racionalidade do mundo e esta não me agradou. Busquei na metafísica respostas e não as encontrei... Caí mais uma vez no mundo que não quero estar, mas teimo em tentar entender."

Sunday, October 26, 2008

Um lugar para chamar de Lar


Com todo o sentimento

"Prometo te querer
Até o amor cair
Doente
Doente
Prefiro então partir
A tempo de poder
A gente se desvencilhar da gente
Depois de te perder
Te encontro, com certeza
Talvez num tempo da delicadeza
Onde não diremos nada
Nada aconteceu
Apenas seguirei, como encantado
Ao lado teu"

(Todo o Sentimento/Chico Buarque)

Friday, October 17, 2008

All the pleasure is mine

E me perdi na tentativa de me reencontrar.
Joguei tudo para o alto e arrisquei, sem pensar.
Fiz da minha história uma piada e a repeti, e repeti outras mil vezes,
Até que um dia todos pudessem acreditar.

Lancei mão de palavras vazias e idéias batidas,
Mas nada mudou.
Brinquei de ser importante e mesmo distante olhei para trás.
Melancólico, vi como foi irrelevante e sombrio.
E nada daquilo passou.

Sonhei em voar até Marte só para não ter que voltar.
Escondi minha vergonha e arremessei o foguete contra a parede.
Não podia lutar, eu sabia do meu lugar e nada faria para mudar.
Seria demasiadamente simples no caos em que vivo
Pisar novamente em chão conhecido e implorar por algo que me lembre,
Que me lembre daquilo que quero esquecer.

Saturday, October 04, 2008

Seja você mesmo bem-vindo ( um para trás e dois para frente )


Há dois anos tudo era bem diferente, com exceção da motivação para escrever...

Esta lacuna temporal me levou ao ápice de minha infertilidade criativa. Havia perdido a essência do "expressar" e o gosto pelo "escrever" - não para agradar aos outros, mas para externar a inquietude de uma alma fragmentada em centenas de pedaços hermeticamente perfeitos.

Desvincular-me-ia de qualquer agonia premeditada caindo em um abismo ágrafo, fruto de uma vivência social puramente retórica e desonrada. Agora tento fazer o caminho inverso, a volta. Escalo o paredão de mármore com minhas vestes rasgadas e dedos ensangüentados... Mas nada importa quando se tem uma meta, por menos racional que esta possa ser.

Após todo este tempo, cruzei o Estige na direção contrária à habitual com o desejo ardente de deixar um legado que me qualifique como um ser pensante. Mesmo que demore outro par de anos, tenho a convicção que alcançarei meu objetivo e poderei, finalmente, tomar chá com Soljenitsin em nosso gulag etéreo... muito além da aurora boreal.

Saturday, August 12, 2006

Isso é realmente necessário?

Por mais que eu quisesse, não conseguiria lhe apagar de minha história.
Uma página rasgada de um diário com alguns poucos rabiscos.

Passar-se-iam mil anos até que a lembrança daquele momento se apagasse de minha memória.
Ainda lembro de seu sorriso bonito, suas palavras desconexas.
Você me olhava e dizia qualquer tolice com o verbo “gostar”.
Talvez não fosse isso o que eu queria ouvir, mas você sabe que sempre me contentei com tão pouco.

Sua atenção me era arredia.
Pegava em suas mãos a fim de lhe prender nesta dimensão.
Dezenas de tentativas mal-sucedidas.
Chorei por não saber chorar.
Virtudes desintegravam-se paulatinamente no ar.

Detive-me apenas em lhe admirar e Deus sabe como apreciei cada segundo que me foi concedido por sua impaciência juvenil.

Às vezes ainda me surpreendo olhando fotos antigas.
Fotos felizes. Todas pareciam dizer a mesma coisa...

Relutei em não ouvir, em não ver, em perceber que tudo não passava de um jogo efêmero.
Melhor assim, pois agora posso olhar para o meu passado e sorrir, pois por mais doloroso que um “adeus” pudesse vir a ser, a agonia de um “até logo” teria sido insuportável.
*Imagens de Frida Khalo

Coesão


Meta-Introdução
Interessante notar como o tempo passa rápido sob o agonizante calor dos trópicos. Ontem corria para a casa a fim de não perder um segundo sequer de meu Cartoon favorito. Hoje divido o meu tempo entre duas faculdades e a promessa de um "algo a mais" milhares de quilômetros ao norte daqui.
Há meses venho delegando a mim mesmo, compromissos, responsabilidades, tarefas que dificilmente consegui concluir... passei dias (talvez não tenha terminado) olhando para fotos antigas, lendo textos caducos; páginas velhas com layout contemporâneo.

Um Novo REcomeço
Por anos segui à risca a política do "politicamente correto". Baixei a cabeça quando não devia, omiti opinião sempre que podia e tudo o que consegui foi um punhado de sorrisos amarelados. Joguei com a sorte quando percebi que de minhas mãos nada dependia. Olhei dezenas de milhares de vezes para um amontoado de pedras sob a goteira de um barulhento ar-condicionado, todavia nenhuma de suas faces polidas acalentou minha alma. Abafei meu grito com travesseiros de espuma, pensando nos gansos que nunca conheci e, no final, dormia em face da desgraça de um alienado que julgava perseverar em meio a promessas superficiais de felicidade.

O Mesmo Fim
A trajetória de uma árvore oca, cujos frutos não passam de protótipos de boas intenções, encerra-se hermeticamente com mais um desabafo vazio.
Migalhas como esta entopem os canais que levam meu sangue até o cérebro... Ceifando mais uma possibilidade de existência.

"Frutificai-vos e multiplicai-vos e enchei a terra, subjugando-a e dominando os peixes do mar e as aves dos céus, bem como todo ser que se arrasta pela terra" (Gênese 1:28)
* Foto de Lucas Mateus

Saturday, December 31, 2005

Um “desabafo” vazio (finja entender)

- Eu sei o quão bom posso ser, mas não custa nada saber a sua opinião

- Não Sol, o destino de Edi está atrelado ao seu, como unha e carne

Em nossa era “MTV”, as emoções humanas aparecem como antíteses à razão. Ser racional passou a ser característica de pessoas frias, sem sentimentos. Chorar ao assistir um comercial de margarina, revoltar-se pela quebra de ideais românticos; poderiam ser interpretados como desenvoltura artística, não necessariamente, como um estereótipo de humanidade.

“Não vemos as coisas como elas são, mas como nós somos “ (Anais Nin)

Talvez seja cult ler O Terceiro Travesseiro e cair em um desolamento existencial, onde seus pais, seus amigos, o mundo, fedem a carniça. Você olha para as paredes e sente vontade de tocá-las. Tenta sentir suas vibrações e fica certo que ali existe vida. Encolhe-se em sua cama o máximo que pode, esperando que sua vizinha coloque aquela música de Celine Dion, mesmo que você finja odiá-la ... Foi lindo, mas o Oscar não virá para você este ano.

Olhamos as crianças etíopes morrerem de inanição na TV e nos sentimos tristes pelo mundo ser tão injusto. Quem sabe após a segunda rodada de hambúrguer com fritas não nos sintamos melhor. Queria tanto ajudar o mundo, sair por aí em alguma caravana humanitária e salvar dezenas de filhos da fome. Dinheiro não tenho (talvez depois de comprar aquele sapato, penso). Como pôde?!, lágrimas descem copiosamente. Aquele desgraçado do Bush, filho de uma puta. Espero que ele queime no inferno (deveria eu mostrar um pouco de compaixão?).

- Foda-se! Foda-se! Foda-se! (prefiro “dane-se, seu cara de bunda”, mas não quero parecer infantil)

ATITUDE, mesmo que a idéia de auto-suficiência psicológica não dure mais um verão.

Thursday, October 13, 2005

Eu, eu mesmo e um cara que perguntou o meu nome


Eu adoraria ter tempo para me preocupar com as pessoas como elas realmente merecem ... mas acho que agora nâo consigo fazer isso de uma forma honesta. Adoraria saber o que você comeu, ou o que você deixou de comer, enquanto eu saí para antender a porta, mas, verdadeiramente, isso nâo mais me importa. ( pelo menos não hoje )

( E comemoração ao aniversário de um ano do Caiomustdie.blogspot, decidi publicar novamente o texto acima, lançado inicialmente no dia 24 de Dezembro de 2004 )
Posted by Picasa

Sunday, October 09, 2005

Espero que a morte lhe sirva de lição, Caio.

Eu o matei, e não me arrependo disso. Não suportava ver Caio limpando suas unhas sujas de barro, enquanto o sol lhe enrugava as feições. Ele merecia morrer. Sua primeira infância não suportaria tamanho desprezo; desilusões e lirismo inocularam inquietações moralistas em seu subconsciente... Niilista como seu outro eu, em sua segunda infância, repudiava a face amiga com um escarro. Caio está morto, sua pele rompeu-se em um minúsculo big bang, revelando o cetáceo que lutava para se libertar. “Deus está morto!”, exclama Nietzsche ... “Deus está morto!”, corrobora Reýk, o novo responsável por este espaço, o assassino.

Ass: Reýk Odinsson
Posted by Picasa

Friday, October 07, 2005

I Mostra Itinerante do Cinema Francês comemora 120 anos de Aliança Francesa no Brasil

Não só de cinema vive o mundo, por isso a Aliança Francesa preparou uma programação especial para este mês. No dia 13, às 19 horas, no auditório da A.F Natal, o professor Rémi Astruc, da Universidade de Nancy, dará uma palestra sobre os 100 anos do Estado laico na França. Um dia após a palestra, no mesmo horário, ocorrerá um sarau poético e degustação de crêpes na Livraria Siciliano, Midway Mall, e a partir do dia 18, duas exposições encerrarão as comemorações de outubro. Os trabalhos de Marcel Proust, importante escritor francês, estarão à mostra na Galeria da Aliança até o dia 31 deste mês, enquanto as fotografias de Andrelou Vallarelli poderão ser apreciadas na exposição Les gens de Paris, disponível até o dia oito de novembro, na Capitania das artes

Friday, September 30, 2005

Untitled # 1

Hoje eu chorei, mas qual o sentido do choro? Tudo não passa de ilações descomprometidas. Pretensões falsas e modéstias hipócritas ainda colorem o céu em azul e grená. Não há necessidade de sucumbir a sentimentos tão pífios. Caminhos e descaminhos entrecruzam-se ao passo que nos lançamos ao abismo da atemporalidade.
Lirismo, demagogias metafísicas, culpabilidade transcendental; ele continua a reter os olhos em mim. Subserviência marca o tom passivo de minhas palavras perante Odin.
Nada além de desprezo e dor. Tumores infestam minha alma, enquanto ouço guizos ao longe. Seqüelas de um não temente. Cicatrizes de uma vivência condicionada. Como posso segurar o pranto se este não mais me pertence? Exalamos angústias e piedade. Mediocridade vista à longa data. Tudo não passa de ilações inacabadas.
Posted by Picasa

Saturday, September 24, 2005

Vida, louca vida. ( adoro vocês!!! )

Olha ae ! ; ) ... Realmente não tínhamos mas nada para fazer durante a aula de Jornalismo Cultural. Nessa última quarta, eu, Jeane e Lucas resolvemos passar o tempo posando para algumas fotos, enquanto o professor corrigia nossos textos em sala. Putz ... a foto ficou uma onda. Fiquei com a maior cara de drogado, parecia que eu já estava no meu vigésimo baseado estragado. Jeane mostrou toda a sua pose de Gata Postalis, fazendo a linha "Eu sou gatinha, e daí ?", contrastando com o semblante de marginal das Rocas de Luquinhas, dono da máquina digital, : P , que, pelo jeito, já estava puto com a quantidade de fotos que Jaliana tirava dela mesma ( Baixou o projeto de Narciso na gata ) : P .... Nesta foto só faltou o cú doce da Poket. Acredito eu que Poket estava fazendo um banheirão básico no Moviecom, no mesmo horário em que as fotos foram tiradas ... : P . Posted by Picasa

Wednesday, September 07, 2005

Cardiff Outskirts

Oh my little Welsh bush
From hills filled with melancholy,
You blossomed.
Though the rain seems to hurt,
It feeds you deeply in your essence.
Immaterial essence whose perfume
Spreads down the streams up the tallest apple trees.

Oh my little wise Welsh bush…
Remarkable insanity refreshes your inner peace,
Such an image outer thesis-world.
How high can you jump even if you roots…
… have been inch by inch trimmed?
How soon is tomorrow even if you never feels…
… you are living today.
How merciful can be God if the years go by…
… and the stream you sip the life from dies slowly?

Oh my little believing bush…
Your beliefs resume themselves to the stones
that limit your rootsImprisoned in your freedom…
Reality is notice your leafs fall during autumn
Oh my graceful little Welsh bush.


Caio Gurgel de Medeiros

It ain't gonna hurt now ...

... If you open up your eyes.
Posted by Picasa

Monday, September 05, 2005

Cazuza - Faz Parte Do Meu Show

Te pego na escola e encho a tua bola com todo o meu amor
Te levo pra festa e testo o teu sexo com ar de professor
Faço promessas malucas tão curtas quanto um sonho bom
Se eu te escondo a verdade, baby, é pra te proteger da solidão

Faz parte do meu show
Faz parte do meu show, meu amor

Confundo as tuas coxas com as de outras moças
Te mostro toda a dor
Te faço um filho
Te dou outra vida pra te mostrar quem sou
Vago na lua deserta das pedras do Arpuador
Digo 'alô' ao inimigo
Encontro um abrigo no peito do meu traidor

Faz parte do meu show
Faz parte do meu show, meu amor

Invento desculpas, provoco uma briga, digo que não estou
Vivo num 'clip' sem nexo
Um pierrô-retrocesso
meio bossa nova e 'rock'n roll'

Faz parte do meu show
Faz parte do meu show, meu amor

Meu amor, meu amor, meu amor...