Friday, December 05, 2008

Dezembro, uma praia... O pôr-do-sol

Poderia escrever um livro inteiro sobre nós dois, mas me seria inútil, pois nunca permitiria que você o lê-se. Você arruinou a minha vida, destruiu os meus sonhos, e nisso lhe sou eternamente grato. Esqueci meus valores e adotei princípios outrem para justificar aquilo que me era tão estranho. Aprendi a esconder meus sentimentos, a sublimar o amor, a enclausurar-me hermeticamente em um mundo que só eu entenderia. Tornei-me um misantropo, um sociopata, um erro de cálculo da Mãe Natureza.

Dispersei resquícios de racionalidade por debaixo de todos os cômodos da casa. Empoeirados eles agonizam como que pedindo clemência... mas não adianta. Você me ensinou que não adianta.


...e esbraveja: “Ainda posso olhar para o céu e ver quão sádico é o senhor meu Pai. De todo o coração, eu lhe agradeço. Afinal, somos todos masoquistas em um mundo de fantoches. Você me amou, você me rejeitou, vou me deu a vida e a tirou de mim com um único golpe... você me subestimou, mas eu sei que irei perdurar e com ódio me farei digno de seu rebanho”.

No comments: