Saturday, December 31, 2005

Um “desabafo” vazio (finja entender)

- Eu sei o quão bom posso ser, mas não custa nada saber a sua opinião

- Não Sol, o destino de Edi está atrelado ao seu, como unha e carne

Em nossa era “MTV”, as emoções humanas aparecem como antíteses à razão. Ser racional passou a ser característica de pessoas frias, sem sentimentos. Chorar ao assistir um comercial de margarina, revoltar-se pela quebra de ideais românticos; poderiam ser interpretados como desenvoltura artística, não necessariamente, como um estereótipo de humanidade.

“Não vemos as coisas como elas são, mas como nós somos “ (Anais Nin)

Talvez seja cult ler O Terceiro Travesseiro e cair em um desolamento existencial, onde seus pais, seus amigos, o mundo, fedem a carniça. Você olha para as paredes e sente vontade de tocá-las. Tenta sentir suas vibrações e fica certo que ali existe vida. Encolhe-se em sua cama o máximo que pode, esperando que sua vizinha coloque aquela música de Celine Dion, mesmo que você finja odiá-la ... Foi lindo, mas o Oscar não virá para você este ano.

Olhamos as crianças etíopes morrerem de inanição na TV e nos sentimos tristes pelo mundo ser tão injusto. Quem sabe após a segunda rodada de hambúrguer com fritas não nos sintamos melhor. Queria tanto ajudar o mundo, sair por aí em alguma caravana humanitária e salvar dezenas de filhos da fome. Dinheiro não tenho (talvez depois de comprar aquele sapato, penso). Como pôde?!, lágrimas descem copiosamente. Aquele desgraçado do Bush, filho de uma puta. Espero que ele queime no inferno (deveria eu mostrar um pouco de compaixão?).

- Foda-se! Foda-se! Foda-se! (prefiro “dane-se, seu cara de bunda”, mas não quero parecer infantil)

ATITUDE, mesmo que a idéia de auto-suficiência psicológica não dure mais um verão.